Padre Santo




Reflexões
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12/02/17
DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS




 

DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS

 

Bem sabeis, minha Madre, que sempre desejei ser santa.

Mas, ai de mim, sempre verifiquei, ao comparar-me com os Santos, que há entre eles e eu a mesma diferença que existe entre uma montanha, cujo cume se perde nos Céus, e o obscuro grão de areia pisado pelos pés dos caminhantes.

Em vez de desanimar, disse para comigo:_Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis. Posso, portanto, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade. Fazer-me crescer a mim mesma é impossível; tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições. Mas quero procurar a maneira de ir para o Céu por um caminhito muito direito, muito curto, um caminhito completamente novo.

Estamos num século de invenções. Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de uma escada; em casa dos ricos, o ascensor substitui-a vantajosamente.

Eu queria também encontrar um ascensor que me elevasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a rude escada da perfeição. Então, procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor, objeto do meu desejo, e li estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: “Se alguém for pequenino venha a mim!” (Prov 9,4).

Então, aproximei-me  adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e querendo saber, ó meu Deus, o que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo.

Continuei as minhas buscas e eis o que encontrei: “Como uma mãe acaricia o seu filho, assim Eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus joelhos!” (Is 66,12-13)

Ah! Nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma!

O ascensor que me deve elevar até ao Céu são os vossos braços, ó Jesus!

Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena.

Ó meu Deus, excedestes a minha esperança e eu quero cantar as Vossas misericórdias.

 

 

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897)
Carmelita, Doutora da Igreja 
Manuscrito autobiográfico C, 2 v°-3 r° (Ed. Carmelo, 2000)

 




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