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Nossa Igreja
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05/08/14
A SANTA MISSA NOS LIVRA DE UMA MULTIDÃO DE MALES




A SANTA MISSA NOS LIVRA DE UMA MULTIDÃO DE MALES

 

Acreditai que, além dos favores que solicitamos na Santa Missa, nosso boníssimo Deus nos concede muitos outros sem que o peçamos.

É o que ensina claramente São Jerônimo: “Sem dúvida alguma, o Senhor nos dá todas as graças que pedimos na Santa Missa, contanto que nos sejam de vantagem; mas, o que é mais admirável, muitas vezes nos dá o que não pedimos.”

Podemos dizer, por isso, que a Santa Missa é o sol do gênero humano espalhando seus raios sobre os bons e sobre os maus, e alma não há tão pérfida sobre a terra, que assistindo à Santa Missa, dela não aufira qualquer grande bem, e muitas vezes mesmo sem nele pensar ou pedi-lo.

Santo Antonino conta que um dia dois jovens libertinos passeavam numa floresta. Um deles havia assistido à Santa Missa e o outro não. Levantou-se subitamente furiosa tempestade, e no meio dos trovões e relâmpagos ouviram eles uma voz que clamava: “Mata! Mata!” No mesmo instante o raio esbraseou o ar e feriu aquele que não assistira à Santa Missa.

O companheiro apavorado prosseguiu o caminho buscando um refúgio, quando ouviu novamente a mesma voz, que repetia. “Mata! Mata!” O pobre rapaz nada mais esperava senão a morte. Uma outra voz, porém, respondeu: “Não posso, pois ele assistiu à Santa Missa. A Santa Missa a que ele assistiu impede-me de feri-lo.”

Oh! Quantas vezes Deus não vos livrou da morte, ou pelo menos, de numerosos e graves perigos, graças às Santas Missas a que tiverdes assistido! Disso nos assegura São Gregório no quarto de seus Diálogos. Diz o santo Doutor. “Sim, é verdade que aquele que assiste devotamente à Santa Missa será preservado de muitos males e perigos, se bem que disto não se aperceba.”

Santo Agostinho chega a afirmar a preservação da morte súbita, o golpe mais terrível com que a Justiça Divina fere os pecadores.

Eis, diz-nos este santo Bispo, um preservativo admirável para evitar a morte imprevista: assistir todos os dias à Santa Missa e com toda a devoção possível. Quem se munir de tão eficaz salvaguarda viverá sem temor dessa terrível desgraça.

Existe certa crença, por alguns atribuída a Santo Agostinho, de que durante o tempo em que se assiste à Santa Missa não se envelhece, mas a força e o vigor do fiel se ocupa saber se isto é ou não verdade, mas digo sem receio que, mesmo envelhecendo em idade, não se envelhece em malícia, pois, na expressão de São Gregório, uma pessoa que assiste com devoção à Santa Missa conserva sua alma no caminho reto.

Cresce sempre em mérito e em graça, e faz na virtude novos progressos, que o tornam agradável a Seu Deus.

E muito mais, ajunta São Bernardo, se ganha assistindo a uma única Santa Missa (se considerar seu valor intrínseco), do que distribuindo a fortuna aos pobres e peregrinando a todos os santuários mais famosos da Terra.

Ó tesouro incalculável da Santa Missa! Compreendei bem esta verdade: podemos merecer mais assistindo ou celebrando uma só Santa Missa, se a considerarmos em si mesma e em todo o seu valor

intrínseco, do que se distribuíssemos nossa fortuna aos pobres, e em seguida partíssemos a percorrer o Mundo como peregrinos, visitando com a maior das devoções os santuários de Jerusalém, Roma, Compostela, Loreto, etc.

São Tomás de Aquino, nos garante que na Santa Missa está encerrado todos os frutos, todas as graças e todos os imensos tesouros tão abundantemente espalhados pelo Filho de Deus sobre a Igreja, Sua Esposa, no Sacrifício cruento da Cruz.

Detende-vos aqui, um instante: fechai o livro, interrompei a leitura, e reuni todas estas vantagens, tão abundantes, que proporciona a Santa Missa. Ponderai-as bem em silêncio e, depois, dizei-me se tendes ainda dificuldade de crer que uma única Missa, considerada em si, e em relação a seu preço e valor intrínseco, tenha uma eficácia tão grande que baste, como ensinam os diversos doutores, para alcançar a salvação de todo o gênero humano.

Suponde que Nosso Senhor Jesus Cristo não tivesse sido crucificado no Calvário e que, em lugar do Sacrifício cruento da Cruz, houvesse instituído somente a Santa Missa, com a ordem formal de não se celebrar senão uma sobre a Terra. Pois bem, admitindo esta suposição, sabei que essa única Missa, celebrada pelo Sacerdote mais humilde do Mundo, teria sido mais que suficiente, considerado o seu valor intrínseco, para obter de Deus a salvação de todos os homens.

Sim, uma única Missa bastaria, no sentido que acabamos de explicar, para obter a conversão de todos os hereges e cismáticos, de todos os infiéis e de todos os maus cristãos; para fechar a porta do Inferno a todos os pecadores, e para esvaziar o Purgatório de todas as almas que lá se purificam.

E nós, miseráveis, com nossa tibieza, nossa falta de devoção, e as escandalosas distrações com que assistimos à Santa Missa, quantas barreiras lhe opomos à ação e restringimos a eficácia de seu poder!

Quisera subir ao cume das mais altas montanhas e de lá bradar com voz retumbante: Povo insensato, povo transviado, que fazeis? Por que não acorreis às Igrejas para aí assistir a todas as Santas Missas que puderdes? Por que não imitais os santos Anjos, que, no dizer de São Crisóstomo, descem do Céu em legiões, quando se celebra a Santa Missa, e se mantêm diante de nossos altares, velando-se com as asas em sinal de profundo respeito?

Esperam o momento bendito da Santa Missa a fim de, com mais sucesso, intercederem por nós, pois sabem muito bem que é essa a ocasião mais propícia para nos alcançarem as graças celestes.

E vós, que confusão para vós terdes até agora pouco apreciado a Santa Missa; e mais, de ter tantas vezes profanado uma ação tão santa, sobretudo se for do número daqueles que se atrevem a dizer temerariamente: “Uma missa a mais, uma missa a menos, isto é ninharia!.”



Texto do Livro "As excelências da Santa Missa" Frei Leonardo de Porto Mauricio


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